ÁCIDO MANDÉLICO

                                                                                            

Nome Químico: Alpha – hidroxybenzeacetic acid
INCI Name: Mandelic Acid
No CAS: 90-64-2
Fórmula: C8H8O3
Peso Molecular: 152,00
DCB: 000190.01-2
PROPRIEDADES
Nos últimos três anos, o ácido mandélico, um AHA com uma cadeia carbônica grande não tão irritante
como o ácido glicólico, tem sido estudado exaustivamente para ser usado em tratamentos de desordens de
pele como foto-envelhecimento, pigmentação irregular e acne.
Um teste aberto conduzido no Gateway Aesthetic Institute e no Laser Center em Salt Lake City, Utah,
demonstrou que o ácido mandélico é indicado no caso de supressão de pigmentação, tratamento de acne
não cística inflamatória e rejuvenescimento de pele envelhecida pelo sol.
A molécula de ácido mandélico é maior do que a molécula do ácido glicólico. Possui um ponto de fusão
elevado; é parcialmente solúvel em água e livremente solúvel em álcool isopropílico e etanol.
O interesse dos pesquisadores no ácido mandélico deve-se à sua dupla “função: AHA e atividade
antibacteriana”.
Os primeiros estudos realizados para comprovar as propriedades foram abertos e não controlados e
incluíram mais de 1100 pacientes durante três anos. Foi feita documentação fotográfica de alguns
voluntários e também foram registrados os efeitos  adversos típicos de avaliação de novos produtos
cosméticos. Os pacientes foram avaliados quanto à melhora da textura de pele, acne, rugas e melasmas.
O ácido mandélico foi aplicado em um gel ou loção base contendo de 2 a 10%, para aplicação tópica.
Outras preparações foram feitas e combinadas com Vitaminas de uso tópico (A,C, E e D3) e protetor solar
FPS 15. Os pacientes usaram o produto duas vezes ao dia.
Peelings químicos foram preparados usando 30 e 50% de ácido mandélico. Uma solução de limpeza
contendo 2% de ácido mandélico foi usada para limpar a pele, seguida da aplicação do ácido mandélico,
com o auxílio de uma gaze. Assim que o produto foi aplicado à pele ficou um pouco avermelhada. As
exposições se limitaram a 5 minutos. No entanto, aplicações mais demoradas mostraram-se seguras. Os
peelings foram realizados semanalmente ou a cada duas semanas. Após o peeling, a pele foi lavada com
água e um esteróide tópico (loção de desonida 0,05%) em uma única aplicação.
Por 2 a 4 semanas antes e depois do tratamento com  laser de superficie da  pele, os pacientes foram
tratados com produtos contendo ácido mandélico e com uma pomada semi-permeável destinada a auxiliar
no curativo após cirurgia.
Os pacientes foram avaliados quanto à:
Tempo de repitelização, incidência  de infecções por bactérias gram negativas, duração do eritema pós
repitelização, pigmentação pós-inflamatório a e outras complicações pós-operativa                                                                                        

RESULTADOS
Resultados preliminares dos estudos clínicos abertos desses produtos foram encorajadores em diversas
áreas relativas ao tratamento da pele:
1 - Linhas rugas e finas parecem melhorar e a textura da pele também.
Uma diferença notável entre o ácido glicólico e mandélico é na irritação da pele e nos eritemas que
freqüentemente acompanham o tratamento de  peeling com ácido glicólico de 30 a 70% .O ácido
mandélico mostrou-se menos irritante que o ácido glicólico.
Assim como o ácido glicólico, o efeito do ácido mandélico é mantido durante meses e anos de tratamento,
com gradual e contínua melhora das linhas finas e rugas.
Há uma notável diferença no tratamento de peles pigmentadas. A melhora pôde ser vista em linhas finas e
finas rugas em pacientes com pele do tipo I até  VI tipo Fitzpatrick sem nenhuma inflamação pós-
inflamatória.
Em contrapartida o autor observou em sua prática de dermatologia que, um grande número de pacientes
com pele pigmentada, desenvolveram irritação, eritema e subseqüente hiperpigmentação pós inflamação
enquanto foram tratados com produtos contendo 5 a 10% de ácido glicólico, tretinoína ou hidroquinona.
2 - Peeling químico com ácido mandélico quando comparado com peelings químicos de ácido glicólico,
produzem menos eritemas e causam menos efeitos adversos na epiderme.
Peelings repetidos semanalmente com tempo de exposição de 5 minutos, seguidos pela limpeza com água,
foram bem tolerados pela maioria dos pacientes. Peelings  repetidos são usados para tratamento da acne,
melasmas, lentigenes e fotoenvelhecimento leve ( rugas, mudanças na textura da pele).
3 - Pigmentação anormal, incluindo melasma, hiperpigmentação pós inflamatória e lentigines ( sun spots)
melhoram rapidamente quando tratadas com produtos contendo ácido mandélico. Em muitos pacientes o
melasma melhorou 50% após 1 mês de tratamento usando loção contendo 10% de ácido mandélico.
4 -  Melhora na pele acneica é visível em muitos pacientes tratados com pústulas inflamatórias, acne
papular e comedões e em pacientes com foliculite causada por bactérias gram-negativas. Muitos pacientes
que são resistentes aos antibióticos administrados tópica e sistemicamente responderam bem ao tratamento
com ácido mandélico. Pacientes com acne grau III ou abaixo deste responderam mais positivamente.
Alguns pacientes com acne rosácea que foram tratados com ácido mandélico também apresentaram
melhora.
CONCLUSÃO
Embora este estudo não tenha sido duplo-cego e controlado, foram inclusos pacientes num período de 3
anos.
O uso de ácido mandélico sozinho ou associado a vitaminas antioxidantes apresentou múltiplos benefícios
no tratamento de pele incluindo efeitos anti-bacterianos, melhora na acne, na pigmentação anormal e na
textura da pele.                                                                                                                           

INDICAÇÃO
Supressão de pigmentação, tratamento de acne não  cística inflamatória e rejuvenescimento de pele
envelhecida pelo sol.
Além do mais tem sido usado para preparar as peles para o peeling a laser e para auxiliar na recuperação
da pele após a cirurgia a laser.
O ácido mandélico é usado há anos em medicina como um anti-séptico urinário. Methenamine mandelate
( Mandelamina ® , Parke Davis) tem a ação anti-séptica urinária tanto da methenamine como do ácido
mandélico. Em concentração de 35 a 50g/100L de urina, inibe Staphylococcus aureus, bacillus proteus,
escherichia coli  e  aerobacter aerogenes. Quimicamente o ácido mandélico tem uma estrutura similar a
alguns antibióticos. È uma substância não tóxica que, depois de ingerida oralmente, é excretada pela urina.
ARMAZENAMENTO
Acondicionar em recipiente hermético, ao abrigo do calor e da luz solar.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Taylor, Mark B. Summary of Mandelic Acid for the Improvement of Skin Conditions Cosmetic
Dermatology, June ,1999, p26-28